Saci engorrado no mato cerrado

Óleo sobre tela, 2025
40 x 50 cm
R$ 590,00_____Adicionar ao carrinho

Enrolado pelo próprio gorro, o Saci surge em pleno salto, corpo em espiral atravessando o mato cerrado. A figura não avança em linha reta: gira, contorce-se, reaparece. Tudo na pintura sugere movimento — a perna única projetada, o tronco torcido, o gorro que se transforma em trajetória.

Obra original assinada pelo artista frente e verso, já montada em chassis de madeira. Caso deseje moldura, entre em contato.

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Em Saci engorrado no mato cerrado, Leo DuLac reconstrói o mito a partir do gesto. O Saci não é apresentado como personagem narrativo, mas como corpo em ação: um salto interrompido, um giro capturado no instante em que o movimento ainda vibra. A pintura não descreve o deslocamento; ela é o deslocamento.

O gorro vermelho deixa de ser acessório e se torna força gráfica. Enrolado em torno do corpo, ele desenha uma espiral contínua que organiza toda a composição. Tronco, braço, perna e tecido parecem obedecer à mesma lógica circular, como se o Saci fosse menos um ser individual e mais um acontecimento em curso — um redemoinho atravessando o mato.

A grande pegada em primeiro plano reforça a sensação de impulso. Não indica chegada nem partida, mas o peso concentrado do salto. O chão não é repouso: é ponto de lançamento. O cerrado, com sua textura densa e cores vibrantes, funciona como campo de resistência, fazendo o movimento do corpo se destacar ainda mais.

Ao engorrar o Saci, a obra não o imobiliza — ao contrário, intensifica sua dinâmica. O enrolar do gorro sugere continuidade, retorno e repetição. O mito não corre em linha reta: ele gira, reaparece, insiste. O Saci de Leo DuLac é uma figura construída pelo ritmo, pela torção e pela permanência do gesto.

Do ponto de vista estilístico, a obra se insere no campo da figuração simbólica contemporânea, dialogando com o expressionismo pela intensidade cromática e pela deformação do corpo em favor do movimento. As formas simplificadas e a leitura imediata aproximam a pintura de uma estética popular e gráfica. O resultado é uma linguagem híbrida, onde gesto manual, mito brasileiro e síntese formal se encontram para produzir uma imagem ao mesmo tempo lúdica, física e profundamente cinética.

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