Cuca Ácida
Óleo sobre tela, 202540 x 30 cm
Inspirada na cena da Acid Queen do filme Tommy, ópera-rock da banda The Who, a pintura a óleo sobre tela Cuca Ácida reinterpreta o mito brasileiro através de um delírio psicodélico. A Cuca emerge em tons frios e ácidos, entre o medo e a libertação — uma entidade que dissolve a forma humana na vertigem da cor.
Reproduções disponíveis na Colab55
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Em Cuca Ácida, Leo DuLac recria a figura mítica da bruxa brasileira sob o prisma do delírio contemporâneo. A personagem, tradicionalmente símbolo de medo infantil, aqui assume uma dimensão quase performática — entre o ritual e o rock psicodélico, evocando o frenesi da Acid Queen de Tina Turner em Tommy de Ken Russell.
A composição mergulha o olhar em uma atmosfera azulada, densa e hipnótica. O corpo da Cuca parece dissolver-se em ondas de tinta, como se a própria matéria da pintura estivesse em transe. O contraste entre o azul frio e o vermelho incandescente cria um campo de tensão elétrica, onde o feitiço e a insanidade se confundem.
Os dentes e unhas amarelo-fluorescente irrompem como sinais radioativos, ecos de uma energia química e espiritual. Essa Cuca não pertence à floresta nem ao medo — é uma Cuca urbana, ácida, alucinada, projetada no inconsciente pop da era digital.
A obra se insere no repertório de arte contemporânea brasileira que revisita mitos e arquétipos nacionais sob novas luzes, dialogando com o expressionismo e a psicodelia. O óleo sobre tela, denso e texturizado, amplifica o impacto visual e convida o espectador a experimentar o delírio cromático de uma criatura que já não é apenas personagem — é estado mental.
