Janis
Óleo sobre tela, 202440 x 30 cm
Um grito de blues em forma de pintura. Em Janis, Leo DuLac transforma o rosto de Janis Joplin em ícone luminoso: cores quentes, traços expressivos e um toque de psicodelia fazem a tela vibrar como um solo de guitarra à beira do colapso. Não é um retrato fiel, mas uma aparição — a memória de uma voz rouca, livre e indomável condensada em óleo sobre tela.
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Em Janis, Leo DuLac parte da figura de Janis Joplin para construir muito mais do que um retrato: ele fabrica um estado de espírito. Em óleo sobre tela, o rosto da cantora surge em cores quentes e contrastes intensos. Cada pincelada funciona como um acorde distorcido, carregado de emoção, lembrando a força crua do blues e do rock dos anos 60.
Em vez de simplesmente reproduzir uma fotografia famosa, o artista opta por uma abordagem subjetiva e contemporânea. A paleta dialoga com a psicodelia e com a estética de cartazes de shows e capas de discos da época, mas filtrada por um olhar atual e afetivo. A superfície da tela vibra em manchas, halos e texturas que fazem o retrato oscilar entre figura e energia, como se Janis estivesse se desfazendo em luz, cor e memória — um ícone à beira de se tornar pura abstração.
Essa obra também conversa com o interesse recorrente de Leo DuLac pela relação entre música, memória e imaginação. Ao pintar Janis Joplin, ele não tenta “congelar” a artista, mas reencenar sua presença em outra linguagem: se a voz de Janis arranhava o silêncio, aqui o pincel arranha a tela. O resultado é uma pintura que parece sempre em performance, feita para ser vista quase como se se ouvisse um show ao vivo.
O quadro original integra hoje o acervo pessoal do artista, mas sua imagem se desdobra em reproduções e produtos derivados, permitindo que esse fragmento de palco, suor e poesia viaje para outras paredes e outros corpos. Para quem vive de música, coleciona arte ou simplesmente se reconhece nessa mistura de força e vulnerabilidade, Janis é um convite a levar para casa um pedaço da história do rock filtrada pelo universo singular de Leo DuLac.






















